O livro A Linguagem das Coisas de Deyan Sudjic tem o propósito de discutir
sobre a importância de se entender sobre design,
para poder entender o mundo feito pelo homem. É um livro interessantíssimo, que inicia fazendo uma abordagem
sobre o tanto de coisas que temos, consumimos, compramos hoje em dia e que
muitas vezes nem usamos, “somos uma geração nascida para consumir”.
Deyan Sudjic cita bastante o autor John
Berger, que escreveu o livro Modos de Ver,
que é uma “tentativa de demolir a tradição convencional que envolve o conceito
de connasseur e estabelecer uma
compreensão mais política do mundo visual”. O autor aborda o fato de que o uso
demasiado da palavra “designer” causou o esvaziamento do significado, ou até
mesmo a transformação, para sinônimos de cínico e manipulador.
No capítulo um, que tem como título Linguagem, o autor faz uma comparação
entre lojas que são planejadas para seduzir os clientes, como a loja da Prada, e as lojas que deixam em paz para
que se decidam sozinhos, como as lojas de aeroporto. Mas de acordo com ele,
“mesmo num aeroporto, comprar não é uma decisão racional”. As empresas tem que
estudar seriamente o designer do seu produto, para que ele consiga por si só
atrair o consumidor a compra-lo. Então ele analisa o mercado de notebooks, com
ênfase na marca Apple, onde a empresa
faz com que os clientes substituam seus notebooks antigos para obterem o
produto da nova categoria a cada dois anos.
Antigamente, os produtos duravam, alcançavam o desempenho prometido na hora da venda. Hoje, a relação entre o homem e o produto parece estar muito mais “vazia”, é uma relação fugaz e transitória, de acordo com o autor “a atração se esvai tão depressa que a paixão acaba quase tão logo a venda é realizada”. A nova geração vem tão depressa que fica difícil estabelecer uma relação entre dono e objeto.
Antigamente, os produtos duravam, alcançavam o desempenho prometido na hora da venda. Hoje, a relação entre o homem e o produto parece estar muito mais “vazia”, é uma relação fugaz e transitória, de acordo com o autor “a atração se esvai tão depressa que a paixão acaba quase tão logo a venda é realizada”. A nova geração vem tão depressa que fica difícil estabelecer uma relação entre dono e objeto.
Mais adiante, Deyan Sudjic volta a
refletir sobre os “designers”, que têm como papel hoje, tanto criar um design
para um objeto que possa transmitir uma mensagem previamente pensada, como
também tem o papel de resolver problemas formais e funcionais. Ele explica a
evolução do designer como profissional, para poder depois poder explicar a
linguagem do design. Ele fala um pouco sobre a história de William Morris,
Raymond Loewy, Philippe Stark, Dietter Rams, entre outros designers que foram
importantes na história. De acordo com Deyan um design lida com a “superfície,
aparência e as nuances semânticas do significado que nos permitem interpretar e
entender o que um objeto está tentando nos dizer sobre si mesmo”.
O autor reflete sobre o fato de que as
letras serem chamadas de “caractere” não é por acaso, pois de acordo com ele,
as letras possuem “caráter e personalidade humanos”. “A tipografia é um meio de
comunicação. [...] As formas dos tipos transmitem níveis de significado que vão
além do conteúdo literal da palavra”. Assim como o desenho gráfico pode ser uma
linguagem, outras modalidades de criação de forma também podem, comoa criação
de design de carros.
No final do capítulo o autor conclui
dizendo os múltiplos significados de design: Design é “um tipo de linguagem, e
é reflexo de valores emocionais e culturais”. “O design é a linguagem que ajuda
a definir, ou talvez sinalizar, valor”. “O design é usado para moldar
percepções de como os objetos devem ser compreendidos”. “É uma linguagem que
evolui e modifica seus significados tão depressa como qualquer outra”. E
finalmente ele diz que o design “é a chave para entender o mundo feito pelo
homem”.
Achei muito interessante o livro de
Deyan Sudjic, pois nos faz refletir sobre a importância do design em nossas
vidas. Se olharmos em nossa volta, podemos notar diversos objetos que foram
cuidadosamente pensados antes de chegarem ao nosso poder. Não só pensando em
termos estéticos, mas também em termos de funcionalidade, pensan na mensagem
que o objeto vai transmitir para a pessoa que o ver. Porém o design não foi
sempre assim, passou por uma evolução até chegar ao nível que está hoje, e
continua evoluindo, é algo que nunca para. Enfim, é um excelente livro, que nos
faz refletir sobre diversas coisas que nunca tínhamos parado para pensar, e eu
recomendo a leitura deste livro a todos que gostariam de entender mais sobre o
mundo em que vivem.
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